O peão mineiro Bruno Marzola, de 29 anos, adepto à técnica de doma racional de cavalos, disseminada pelo norte-americano Monty Roberts, inovou ao aplicá-la em animais reconhecidos pela resistência na domesticação: os muares, provindos do acasalamento do jumento com a égua ou do cavalo com a jumenta.
Marzola começou a lidar com cavalos e burros ainda na adolescência. Aprendeu a domar do jeito antigo, com brutalidade, mas desejava utilizar uma forma diferente. Em 2010, fez um curso de doma racional e resolveu adotar a técnica para domar a personalidade forte dos muares e entender a diferença entre as espécies.
– É um trabalho mais difícil. O cavalo aprende mais rápido e não tem tanta resistência como o burro. Isso faz as pessoas desanimarem no meio do caminho.
O processo de doma racional pode durar seis meses. O domador explica que uma das dificuldades é que qualquer estímulo externo pode assustar os bichos. Por isso, ele usa uma bola de ginástica, comum nos estúdios de pilates, para prevenir esse tipo de comportamento. Depois de cerca de 40 minutos, o domador consegue se aproximar e tocar o animal.
O peão auxiliou o criador Eduardo Rezende, que não tinha sucesso em suas domas.
– Comecei a iniciar o cabresteamento, em um processo meu, mas não deu certo. Com o processo dele melhorou tudo.
– Tenho que passar para o animal que sou amigo dele, que não tenho medo. Quando eu debater com um burro que tem liderança e me apresenta dificuldade, não devo ser mais ignorante, mas sair do problema com inteligência – conclui Marzola.
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