segunda-feira, 19 de maio de 2014

A Fogueira


Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel, mãe de João Batista, para avisar sobre o seu nascimento e, assim, ter seu auxílio após o parto. No entanto, o culto do fogo ocupa um lugar de destaque nas religiões dos povos indo-europeus. O sol e as chamas celestes eram considerados manifestações do fogo divinizado. Os gregos honravam o fogo sob as feições da deusa Hestia e do deus Hefaisto. Os romanos dedicavam o seu culto a Vesta e Vulcano. Entre os judeus o fogo era conservado com grande cuidado, porque, segundo a tradição, tinha sido aceso miraculosamente. As igrejas católica romana e ortodoxa grega rodeiam o fogo de cerimônias particulares. Ele aparece ainda nas velas e no turíbulo. Nas festas juninas, festas de três santos católicos, como sempre acontece com as tradições populares, houve uma aculturação. Em Portugal, como em outros países, as festas de São João coincidiam com o solstício de verão quando eram realizados os cultos agrícolas. E as comemorações católicas se adaptaram a estas festas pagãs. Portugal mantém o costume de acender fogueira, dançar em volta ao fogo, saltar sobre as chamas, dando vazão a justos sentimentos de júbilo. Foi fácil a adaptação de tais costumes no Brasil porque os índios ficaram seduzidos com os folguedos. Da mesma forma que aceitaram de bom grado as “capelas”. Estas capelas podem ser comparadas aos banhos sagrados no Ganges na lua cheia de novembro, aos banhos de purificação dos povos gregos e romanos. É formada por grupos de foliões que, ornados de folhagens na noite de São João vão se banhar no rio cantando: “Meu São João, eu vou me lavar, as minhas mazelas no rio deixar. Capelinha de melão é de São João, é de cravos, é de rosas, é de manjericão”. Já por aqui, ao contrário do velho mundo que a festa acontece no verão, as fogueiras servem para iluminar e aquecer as noites frias dos mês de junho. Cada santo, porém, tem a sua fogueira especial: na de Santo Antônio, a fogueira deve ter a base quadrada, conhecida também como chiqueirinho. Na de São João, a base deve ser redonda, o que dá à fogueira um formato cônico. Na de São Pedro a base deve ser triangular.
Fonte: Internet.

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