Campos diz que Brasil é vítima de Dilma e defende "limpa" em Brasília
SÃO PAULO (Reuters) - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse nesta sexta-feira que o Brasil é vítima da presidente Dilma Rousseff que, segundo ele, não cumpriu as promessas feitas na campanha de 2010.
Em visita à comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, o socialista também disse que para o Brasil andar para frente é preciso trocar o atual governo.
"Esse time que está em Brasília, já deu o que tinha que dar. A gente precisa botar gente que bote o Brasil de volta nos eixos e que dê uma limpada lá naquela área", acrescentou Campos durante entrevista a emissora de rádio da comunidade, numa referência a denúncias de irregularidades.
O ex-governador de Pernambuco também se referiu à polarização entre PT e PSDB, que domina as eleições presidenciais desde 1994, e disse que "vamos trocar, mas trocar para ser uma troca para melhor".
"Dessa vez não vai ficar aquela coisa chata 'nós e eles'", disse Campos, reforçando o discurso de que sua candidatura com a ex-senadora Marina Silva como vice é uma terceira via, uma alternativa a Dilma e ao pré-candidato do PSDB, Aécio Neves.
Campos também respondeu declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que disse que os adversários de Dilma têm medo da presidente e que ela é a mandatária mais atacada da história do país.
"Não vamos vitimar quem não é vítima. O Brasil é que é vítima de Dilma. Porque Dilma prometeu e não entregou. Dilma prometeu que iria melhorar o Brasil, o Brasil piorou. E agora não vamos inverter o jogo, fazer da vítima o culpado. Na verdade, Dilma é a culpada. A vítima é o povo brasileiro", disse Campos a jornalista após entrevista à rádio Nova Parisópolis.
Questionado se também se sentia enganado pela presidente, já que apoiou sua candidatura em 2010, o ex-governador disse não ser o único que se frustrou com o desempenho de Dilma.
"Com certeza não sou só eu que me frustrei. A população brasileira se frustrou", disse.
CPI DA PETROBRAS
O presidenciável também comentou a decisão dos senadores que comandam a CPI da Petrobras de incluir nas investigações a interligação entre a refinaria Abreu e Lima e o Porto de Suape, em Pernambuco.
Para Campos, que governava o Estado até o mês passado, a intenção dos governistas ao incluir essa obra na investigação é tirar o foco.
"É preciso na vida pública se esclarecer tudo", disse. "Agora, não podemos usar do artifício de tentar desviar o foco, que hoje está claramente na necessidade que o Brasil tem deixado claro que deseja, que é saber o que houve na Petrobras."
(Reportagem de Eduardo Simões)
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