José, filho de Raimunda, nascido em Juazeiro do Norte, interior do Ceará. Só essas referências revelam que José Wilker, que faleceu neste sábado, era um dos atores que mais representava a brasilidade, seja no cinema, no teatro ou na televisão. Intelectual, irreverente, divertido, e um dos melhores atores da sua geração, Wilker sofreu, aos 66 anos, uma parada cardíaca em sua casa no Rio de Janeiro.
No cinema, interpretou papeis marcantes, como o personagem Vadinho, do filme "Dona Flor e seus dois maridos", em 1976, inspirado no romance de Jorge Amado. Foi a maior bilheteria do cinema nacional até 2010. Em seguida, veio Lorde Cigano, em Bye Bye, Brasil (1979), ou a história do deputado carioca Tenório Cavalcanti, no O Homem da Capa Preta (1986), e Antônio Conselheiro (1997), o líder religioso cearense que em 1896 viu-se no centro de um dos conflitos sociais brasileiros que marcaram a história do país, a Guerra de Canudos. Conselheiro criou uma comunidade independente para proteger pessoas mais carentes do poder dos fazendeiros locais. Os ‘rebeldes’ foram dizimados pelo Estado. O ator foi também narrador do documentário Jango (1984), sobre o ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964.
Wilker tinha apreço por personagens históricos do Brasil. Na televisão, fez o papel do ex-presidente Juscelino Kubitschek, entre 1956 e 1961. Ainda que JK fosse mineiro, coube ao ator cearense o papel de protagonista pela sua versatilidade como intérprete.
O ator, entretanto, tornou-se ídolo nacional na televisão, ao atuar em quase 30 novelas, Gabriela, adaptação de outro romance do escritor Jorge Amado. Sua última atuação foi na novela Amor à Vida, da rede Globo, que ficou no ar até o início deste ano. Deixa duas filhas.
FONTE:el pais
FONTE:el pais
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