sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Os Estados Unidos lançam um ataque contra os jihadistas no Iraque

Um avião decola do porta-aviões americano George H. W. Bush, aportado no Golfo Pérsico. /JOSHUA CARD (AFP)
Os Estados Unidos deram início nesta sexta-feira a ataques limitados no Iraque, autorizados na quinta-feira pelo presidente Barack Obama, para proteger interesses norte-americanos ameaçados pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI). MAIS INFORMAÇÕES Dezenas de milhares de cristãos e iazidistas fogem dos jihadistas Obama autoriza ataques limitados para frear os insurgentes sunitas Washington aprova uma missão de ajuda humanitária no Iraque O Nobel da Paz que não conseguiu acabar com as guerras Segundo confirmou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, a Força Aérea realizou um ataque contra a “artilharia” do EI que tinha sido usada “contra forças curdas que defendem Erbil”. Em um comunicado, Kirby disse que o EI tinha atacado em Erbil “perto de onde se encontra o pessoal norte-americano” e que os EUA continuariam bombardeando posições do EI se “ameaçassem” pessoas e instalações norte-americanas. Da Índia, onde acompanha o secretário de Defesa dos EUA, Kirby disse que não estava claro quantos milicianos do EI poderiam ter sido alcançados pelos bombardeios, informa a AP. Os enviados diplomáticos e militares dos Estados Unidos no Iraque estão concentrados em Bagdá e em Erbil, a capital do Curdistão iraquiano, no norte do país. O ataque começou às 10h45 da sexta-feira (hora local). Dois aviões de combate F/A-18 lançaram bombas de 225 quilos guiadas por laser contra uma “peça de artilharia móvel” perto de Erbil, segundo o Pentágono, que especificou que a decisão de realizar o ataque foi tomada pelo Comando Central “sob a autorização do comandante em chefe”, ou seja, Obama. O presidente anunciou na noite de quinta duas decisões sobre o Iraque: o lançamento de aviões militares de ajuda humanitária para membros da minoria iazidista sitiados pelos jihadistas e ataques aéreos para proteger o pessoal norte-americano no país e impedir um genocídio das minorias religiosas perseguidas pelos jihadistas no Estado Islâmico. Consciente da oposição norte-americana a uma nova intervenção no Iraque, Obama, no entanto, prometeu que não serão enviadas tropas para combater no local. O Pentágono disse que seguiria bombardeando posições dos jihadistas se eles "ameaçarem" pessoal e instalações norte-americanas O vice-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, disse à rede MSNBC na sexta-feira que os EUA “confiam” que a combinação da força aérea norte-americana com a ação dos peshmergas, as milícias curdas, no território bastará para conter o avanço dos jihadistas em Erbil. O objetivo dos ataques, destacou, é proteger o “perímetro de Erbil”, onde os EUA estabeleceram um centro de operações militar em meados de junho. Há outro em Bagdá. O assessor de Obama destacou que os jihadistas sunitas do Estado Islâmico obtiveram armamento pesado nas últimas semanas e que por isso Estados Unidos está oferecendo “armamento adicional” às milícias curdas que lutam contra o EI. “Acreditamos que poderão voltar a [controlar] essa luta”, destacou. Os EUA abandonaram o Iraque em 2011, depois de oito anos de missão bélica destinada a derrotar o ditador Sadam Hussein. Obama tinha tentado deixar um contingente de cerca de 5.000 soldados no país depois do final do conflito, mas um desencontro diplomático com o Governo de Nuri al Maliki, que se negou a oferecer imunidade aos militares norte-americanos, o impediu.

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