terça-feira, 17 de junho de 2014

CRISTIANA LÕBO E OS BASTIDORES DA POLÍTICA.

Terça-feira, 17/06/2014, às 21:18, por Cristiana Lôbo Na largada... A disputa entre Alexandre Padilha (PT) e Paulo Skaf (PMDB) começou mais cedo do que imaginavam os articuladores das campanhas dos dois candidatos ao governo de São Paulo. Ela se dá, neste momento, pelo slogan, a ideia-força da campanha. Padilha realizou sua convenção no sábado com o slogan "mudança de verdade"; e nesta segunda foi conhecido o nome da coligação de Skaf – a mesma "mudança de verdade". Os dois dizem ter feito a escolha primeiro. Não é muito difícil imaginar que ambos fossem falar em mudança em suas campanhas. Afinal, o desafio deles é convencer o eleitor paulista a mudar o governo, uma vez que o PSDB está no comando do Estado há 20 anos, quando foi eleito Mário Covas. Só que o slogan de Padilha mirou não só Alckmin, mas também Skaf e propôs "mudança de verdade" sob a justificativa de que o PT nunca governou São Paulo. O mesmo pensa a equipe de marketing de Skaf: "mudança de verdade", ou seja, não é alinhado nem com o governo estadual e nem com o federal. Há algum tempo Skaff diz que é oposição tanto a Alckmin quanto a Dilma – na última semana chegou a dizer que mesmo sendo o PMDB aliado nacional de Dilma, seu palanque não terá espaço para a presidente. "O palanque de Dilma é o de Padilha", disse Skaff, tentando se afastar da presidente que hoje vive momento de grande desgaste em São Paulo. Mais do que a disputa pelo slogan, o PT quer encontrar um caminho para alavancar a candidatura de Padilha, que, neste momento, segundo as pesquisas, está em magros 3% das intenções de votos. Os assessores da campanha sabem que a esta altura da disputa o seu principal adversário no Estado é o mesmo aliado nacional, o PMDB. Padilha precisa crescer para assegurar a vaga no segundo turno, o que, pelas pesquisas do mês, seria disputado por Alckmin e Skaf. O desafio da equipe de marketing do petista será o de fazer a campanha paulista mirando no PMDB de Skaff sem melindrar o PMDB do vice de Dilma, Michel Temer. 0 0 0 0 Terça-feira, 17/06/2014, às 16:29, por Cristiana Lôbo Joaquim e as ruas Mais uma vez, Joaquim Barbosa surpreendeu colegas ao renunciar à relatoria dos processos de execuções penais de réus condenados pela Ação Penal 470, o mensalão. Diante disso, a expectativa no STF é a de que o novo responsável pelo caso, o ministro Luis Roberto Barroso, leve ao pleno antes do recesso Judiciário o agravo dos advogados dos réus que querem o direito de trabalhar fora da prisão. E a tendência é a de que o STF dê autorização para que possam trabalhar, derrubando, assim, decisão de Joaquim Barbosa, que negou o pedido, invocando a lei que obriga os réus condenados a regime semiaberto a cumprirem pelo menos um sexto da pena antes de receberem este benefício. "No caso do ministro Joaquim ficou a mística; até quando ele perde, ele também ganha", comentou um ministro do STF. Ele queria dizer que, mesmo quando é derrotado no STF, Joaquim Barbosa ganha aplausos da opinião pública por sua posição mais rigorosa em relação aos réus do mensalão. E, estando muito perto da aposentadoria, uma derrota interna teria importância relativa e só reforçaria o argumento de que está isolado na Corte. Ministros do STF afirmam que a decisão de Joaquim Barbosa de negar o direito ao trabalho aos réus do mensalão está amparada em lei, mas que há jurisprudência do STJ a respeito, e o Supremo não mais tratou do assunto. Portanto, há o entendimento de muitos dos atuais ministros de que esta interpretação deve prevalecer também para os réus do mensalão. "Não tem outro jeito; o agravo dos advogados tem de ser analisado pelo pleno. Joaquim não pode colocar a bola debaixo do braço e sair por aí...", disse um ministro. Há alguns dias, o ministro Celso de Melo pediu a Joaquim Barbosa que colocasse em pauta o julgamento do agravo do advogado Luiz Fernando Pacheco que trata da defesa do ex-deputado José Genoíno. Joaquim não fez isso e, diante da irritação do advogado, determinou que seguranças do Supremo o retirassem do plenário. A avaliação feita no STF é a de que Joaquim Barbosa sabia que seria derrotado no julgamento do agravo dos advogados e, assim, decidiu deixar a relatoria do processo de execução das penas. Com isso, ele pode deixar o plenário no momento em que o assunto estiver em julgamento. O novo relator, ministro Luis Roberto Barroso, deverá levar o assunto ao plenário na próxima quarta-feira - último dia de sessão do STF neste semestre, e provavelmente, último dia de Joaquim Barbosa na Suprema Corte. A pressa dos advogados é para que este julgamento aconteça antes do recesso, para que os réus não sejam obrigados a ficar mais 40 dias presos até a reabertura dos trabalhos do Judiciário. 0 0 0 44 Sábado, 14/06/2014, às 19:09, por Cristiana Lôbo Tucanos lançam Aécio com slogan 'Muda Brasil' Depois de três derrotas consecutivas, o PSDB vê com Aécio Neves uma chance de voltar à presidência da República. De um lado, porque tem o candidato tem subido nas pesquisas eleitorais; e de outro, porque há um vento por mudanças no país, expresso nas pesquisas eleitorais junto com a queda de Dilma Rousseff e da aprovação do governo. Neste cenário, Aécio Neves resgatou um slogan que fora usado na campanha de seu avô Tancredo, há 30 anos: “Muda Brasil”. - Em alguns lugares mais rapidamente em outros menos, mas o ambiente é de virada – resumiu o governador de Alagoas, Teotônio Vilela. Se nas eleições anteriores a altíssima popularidade de Lula inibia o discurso oposicionista dos tucanos, desta vez, eles subiram o tom nas críticas ao governo. O tema preferido foi o desempenho da economia e a ética. Todos os oradores fizeram questão de criticar especialmente a forma do PT governar. “O PT usa o patrimônio público em seu favor e o caso mais visível é a Petrobras”, disse José Serra que mirou diretamente na presidente Dilma Rousseff. “A presidente tem uma incompetência metódica, sistemática” e adaptou uma frase que ficou conhecida na política brasileira. “O PT é a vanguarda do atraso”. Esta frase foi dita por Fernando Lyra, então ministro escolhido por Tancredo Neves , em referência a José Sarney. Ele advertiu os correligionários para que se preparassem para “a fábrica de dossiês do PT” e no final ironizou: “O governo do PT tem ideias boas e ideias novas. Mas as boas não são novas e as novas não são boas”. A convenção do PSDB promoveu uma espécie de resgaste do governo Fernando Henrique. Ele foi o destaque do encontro e também fez o discurso da mudança e muitos elogios a Aécio. E uma espécie de “vacina” para a crítica de que Aécio é muito festeiro. “Para governar não precisa carranca. Aécio gosta da vida, como todo brasileiro e isso pode dar a impressão de que não custa nada, mas custa muito trabalho e ele trabalha muito”, disse o ex-presidente. Aécio Neves repetiu o discurso dos últimos dias com críticas fortes à condução da economia do país e disse o fantasma da inflação volta a rondar a mesa dos brasileiros e promessa de “governar com decência” e muitas citações ao avô Tancredo para encerrar com o conhecido “vamos à vitória”. Nas conversas nos bastidores, o assunto foi a vaga de vice. A convenção delegou à executiva do PSDB a tarefa de indicar o vice e por lá se dizia que José Serra, que antes anunciara pelas redes sociais que não seria o vice de Aécio, já estaria de novo interessado no posto. Como Aécio é o presidente do partido, caberá a ele a escolha. A preferência é pelo nome de um outro partido que viria a se somar à aliança, como Henrique Meirelles que é o PSD de Gilberto Kassab. Se isso não for possível, Aécio deve disputar a presidência numa chapa puro sangue – com Aloysio Nunes Ferreira, um nome de São Paulo; Ellen Grace, ex-ministra do Supremo que iria cuidar do assunto Segurança Pública ou o ex-senador Tasso Jereissati, como forma de se aproximar no eleitorado do Nordeste, onde hoje ele tem desempenho abaixo da média do país. 0 0 0 26 Quinta-feira, 12/06/2014, às 18:39, por Cristiana Lôbo A semana dos vices Neste sábado, Aécio Neves será aclamado em convenção candidato do PSDB à presidência da República. Mas a chapa estará incompleta – sem o vice. O cargo será reservado para eventual negociação com um outro partido que apóie a chapa tucana, que já tem entre os apoiadores o DEM, o Solidariedade, e outras quatro siglas pequenas. O alvo prioritário dessa negociação é o PSD. Mas o caminho está se estreitando. O presidente do partido Gilberto Kassab anunciou que vai oficializar logo o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, ainda que possa estar junto, e até mesmo na chapa, do PSDB de São Paulo com Geraldo Alckmin. Aécio, no entanto, vai insistir de um lado com o PSD e de outro com o PP, outro partido compromissado com Dilma. O governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, vai abrir uma dissidência e propor ao PP, em sua convenção nacional, que deixe a aliança com o PT para ficar com o PSDB. Aécio tem outros aliados no PP, como a senadora Ana Amélia Lemos (RS), mas é Dilma quem fica oficialmente com o partido e seu tempo de televisão. Se não atrair novos partidos a seu palanque, Aécio tem algumas alternativas para vice: em primeiro lugar, o senador Aloysio Nunes Ferreira, pelo fato de ser paulista - do maior colégio eleitoral do país e onde Aécio deposita grande esperança de superar Dilma ainda antes de começar propaganda na televisão. Outra alternativa é a ex-ministra do STF Ellen Grace. Seria um gesto para o eleitorado feminino (as outras chapas têm a representação de uma mulher) e a ela seria atribuído o papel de comandar a política de segurança pública na campanha e, se vencer, no governo. Por fim, o ex-senador Tasso Jereissati, tendo como argumento o fato de ser do Nordeste, onde Aécio tem hoje o mais fraco desempenho entre todas as regiões. Esta semana foi importante também para vices de outras chapas. Michel Temer foi confirmado na chapa de Dilma Rousseff à reeleição; e Eduardo Campos confirmou em pesquisa interna o potencial eleitoral de sua vice Marina Silva. 0 0 0 0 Quarta-feira, 11/06/2014, às 18:17, por Cristiana Lôbo Governo quer mais álcool na gasolina Para atender a reivindicação do setor de etanol que vive uma crise que se arrasta desde 2008, o governo admite mudar a legislação para permitir o aumento de 25% para 27,5% de álcool na gasolina. A informação foi dada hoje pelo ministro Aloizio Mercadante, em reunião com representantes da União da Indústria da Cana de Açúcar, da Anfavea, do Ministério de Minas e Energia e do Ministério da Indústria e Comércio. Em reunião no Palácio do Planalto, Mercadante estabeleceu o prazo de dez semanas para que o Inmetro e o Centro de Pesquisas da Petrobras realizem pesquisas para avaliar se é possível o aumento do percentual de álcool na gasolina sem prejudicar os veículos. Para atender o setor, o governo quer uma palavra técnico-cientifica para sustentar a mudança. "Foi dado o empurrão politico. Saímos com a impressão firme do ministro de que medidas sejam tomadas olhando para o setor e para o consumidor", disse a representante da Unica (União da Indústria da Cana de Açúcar), Elizabeth Farina. Ao mesmo tempo, o governo quer que recursos do programa Inovar-Auto também passem a estudar forma de aumentar a eficiência dos carros a álcool, para que consumam menos álcool por litro. "Nosso objetivo é revitalizar toda a cadeia do etanol", disse Mercadante, observando que as pesquisas privilegiam os carros a gasolina e nunca os carros flex ou a álcool. Ao longo dos últimos anos, o setor de etanol foi abalado pela política de preço da gasolina. 0 0 0 9 Terça-feira, 10/06/2014, às 10:14, por Cristiana Lôbo PMDB deve aprovar aliança com Dilma, mas com ressalvas ao PT O PMDB deve aprovar logo mais, em sua convenção nacional, a aliança com o PT que vai garantir a presença de Michel Temer na chapa de Dilma Rousseff e, ao mesmo tempo, uma plataforma de governo que difere claramente de dois pontos centrais para os petistas: a defesa permanente da liberdade de expressão e pensamento, sem qualquer tipo de regulação; e uma reforma política que atenda aos anseios da população, que deve ser aprovada pelo Congresso Nacional (e não por plebiscito, como defende o PT), afirma o presidente da legenda, senador Valdir Raupp. Seja a aliança referendada pelos peemedebistas por pequena margem de votos ou que haja forte contraste com sua plataforma de governo, o resultado da convenção é da maior importância para o PT, pois vai garantir quase seis minutos a mais no programa de televisão da candidata Dilma Rousseff. Para o PMDB, a diferença de pensamento com o PT não é fator de constrangimento para a aliança. O partido gosta de assumir este papel de "pé na porta" para barrar qualquer tipo de iniciativa mais à esquerda ou de limitação à liberdade de imprensa. Aliás, esses dois itens já estavam na plataforma de governo do PMDB em sua última convenção. "O PMDB nunca vai abrir mão da liberdade de expressão", disse Raupp, enquanto presidia a convenção do partido que, às 15h30, vai receber a presidente Dilma, depois de proclamado o resultado sobre a aliança.

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